domingo, 2 de novembro de 2008

E.Amadora-Belenenses, 1-1

Antes do início da partida parecia que a crise seria a maior protagonista do E. Amadora-Belenenses. Os anfitriões fizeram um apelo desesperado, para quem quis escutar. O plantel e a equipa técnica ainda não receberam qualquer salário esta temporada. Do outro lado, falava-se em crise desportiva, já que a formação do Restelo ainda não tinha vencido na Liga e também precisava de algum ânimo. Um ponto para cada lado, fruto do empate a uma bola. Um mal menor para ambos os conjuntos, que protagonizaram um jogo agradável.


A primeira parte fica marcada por um erro de arbitragem e ainda por algum equilíbrio. Houve momentos em que ficou a sensação de que o Estrela dominou, em termos de posse de bola, com o Belenenses a apostar no contra-ataque. As duas equipas, a jogarem em 4x4x2 (losango), acabaram por mostrar vontade e alguns lances interessantes.


A formação da Reboleira foi a que mais cedo se acercou da baliza adversária, com Varela a fazer um bom cruzamento, que NDiaye desperdiçou, aos oito minutos. No entanto, foi o Belenenses que marcou, na sequência de um canto (14 minutos). Wender surgiu livre de marcação, ao primeiro poste, e cabeceou para o fundo das redes de Nélson.


Aos 33 minutos, o árbitro mostrou o segundo amarelo a Wender, por mão na bola. Um erro de Marco Ferreira e do seu auxiliar, uma vez que a falta foi cometida por China. Seis minutos depois chegou o golo do E. Amadora, que já fizera a primeira substituição. Lito Vidigal tirou Teti e colocou Rui Varela, apostando mais no ataque e mudando um pouco a disposição da equipa.


Varela fez o tento dos tricolores, de forma algo acrobática. A bola chegou à área e Júlio César socou a bola. Zé Pedro tentou afastar com a cabeça, mas o esférico foi à trave (quase se repetiu o cenário do último jogo em que o médio fez autogolo). O camisola 29 do Estrela estava no sítio certo, à hora certa, e acabou por empatar o encontro.


Emoção até ao fim
O Belenenses voltou da segunda parte com duas alterações. João Paulo e Organista saíram, Roncatto e Porta entraram. O jogo ganhou velocidade e ficou repartido e interessante, com as duas formações a tentarem sair do Estádio José Gomes com os três pontos.


Aos 51 minutos Júlio César defendeu um penalty apontado por Marcelo Goianira e isso pareceu servir de tónico aos azuis do Restelo, que quase não acusaram a falta de um jogador.


A partida foi disputada até ao último minuto. O Estrela da Amadora, que viu Anselmo ser expulso por duplo amarelo, em tempo de descontos, continua sem perder em casa, ainda que tenha sofrido o seu primeiro golo caseiro. Já o Belenenses continua sem vencer na Liga. Mais um empate para a contagem de Jaime Pacheco, depois do 1-1 frente ao V. Guimarães


Declarações

Jaime Pacheco, treinador do Belenenses, após o empate na Reboleira, 1-1. O técnico deixou a ideia de que os azuis do Restelo terão sido prejudicados pela arbitragem, mas nunca concretizou essa ideia. Para isso surgiu, ao seu lado, João Barbosa, presidente da comissão de gestão e da SAD.


«Devíamos ter ganho. Conhecíamos as dificuldades do Estrela e sabíamos que podiam criar força anímica. Conseguimos controlar isso. Conseguimos fazer um golo e sabíamos que tínhamos condições para fazer mais um, mas sofremos um golo. Podíamos ter feito o 2-1, mas o João Paulo não teve discernimento.


Na segunda parte jogámos com menos um jogador e, sempre que pudemos, tentámos fazer um golo. Não fomos felizes, apesar das oportunidades. Hoje fomos penalizados, mas não quero falar muito sobre isso, porque posso ser penalizado. Hoje, a jogar com dez, obrigam-me que diga que tenho a honra e orgulho de trabalhar com estes profissionais. Esta equipa vai, por certo, fazer bons resultados. Independentemente de não termos ganho estamos de parabéns, porque estamos satisfeitos com o que temos feito.


[Mas a arbitragem prejudicou o Belenenses?] Não quero falar da arbitragem. Alguém do Belenenses falará disso.»


João Barbosa, presidente da comissão de gestão e da SAD «A SAD e a Comissão entende que os protagonistas têm de pertencer os jogadores e os técnicos, por isso quase não falámos até agora. Abrimos aqui uma excepção para dizer que todos os intervenientes devem cuidar melhor do negócio do futebol. Não nos tomem por ingénuos nem totós. Teremos uma reunião com Hermínio Loureiro. Falaremos de um patrocinador, que deve ser a Multiópticas...»

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