domingo, 19 de outubro de 2008

Taça de Portugal: Amares - Belenenses,0- 3

O Belenenses passou incólume pela 3ª eliminatória da Taça de Portugal, justificando o favoritismo na visita do Amares (0-3), equipa do quarto escalão do futebol português. Os adeptos locais lamentaram o desaire mas pediram, de imediato, um prémio de consolação. Uma vitória azul frente ao V. Guimarães, na próxima jornada da Liga. Rivalidade natural, face à proximidade entre Amares e Braga.

Jaime Pacheco regressa ao mapa futebolístico, em boa hora. O antigo treinador do Boavista deixou jornalistas e adeptos com saudades da sua postura franca, do sorriso constante. Aliás, características perfeitas para encarar este desafio da Taça de Portugal, festa onde os maiores costumam tombar por falta de humildade.

O Belenenses apresentou-se em Amares com o melhor onze, enfrentando o último classificado da Série A da III Divisão com a seriedade suficiente para desequilibrar rapidamente a partida. José Pedro e Silas, sempre eles, assumiram a responsabilidade e justificaram a presença de dezenas de adeptos do clube do Restelo. Ao longo da primeira parte, assistiu-se a um assalto ininterrupto à baliza de Micael. Após uma mão-cheia de falhanços imperdoáveis, João Paulo Oliveira quebrou a resistência local.

Pacheco e a porrada
Antes, algures a meio da etapa inicial, um momento à Jaime Pacheco. José Pedro fez falta, registo inusitado no médio, e um adepto do Amares atirou a matar: «É o Pacheco que te manda dar porrada?» O novo responsável técnico do Belenenses, lá de baixo, virou-se rapidamente e, usando a boa disposição da praxe, garantiu que não, não senhor. Fica-lhe bem.

O Amares, em abono da verdade, não conseguiu apresentar argumentos para discutir o resultado. O experiente Tito, Renato e Ismael (ex-júnior do V. Guimarães) deixaram indicações positivas, mas o colectivo não funcionou. Aliás, Júlio César foi um espectador despreocupado durante largos do encontro. Do outro lado, Micael não tinha descanso, e nem sempre encontrou o antídoto para travar as investidas belenenses.

Com naturalidade, a equipa do Restelo foi construindo um resultado seguro, na etapa complementar. Carciano marcou o segundo na sequência de novo canto e o recém-entrado Porta justificou o epíteto de goleador, com uma hora de jogo. 3-0, e o Amares de braços caídos. Ismael ainda desenhou um arco-íris, em forma de cabeceamento, mas Júlio César negou-lhe o golo de honra, com brilhantismo. Nada a fazer.

FICHA DE JOGO
Jogo no Estádio Eng. José Carlos de Macedo, em Amares Cerca de 1.000 espectadores Árbitro: André Gralha (A.F. Santarém) Auxiliares: Paulo Vieira e Vítor Carvalho

AMARES: Micael; David, Afonso, Ricardo e Tito; Filipe (Hélder, 56m), Gomes e Renato; Ismael, Armando (Paulinho, 76m) e André (Diogo, 67m).
Suplentes não utilizados: Márcio, Sousa, Ramoa e Vasco.

BELENENSES: Júlio César; Cândido Costa, Carciano, Alex (Baiano, 77m) e China; Silas, Gomez e Zé Pedro; Mano, João Paulo Oliveira (Roncatto, 56m) e Wender (Porta, 54m).
Suplentes não utilizados: Assis, Matheus, Mareslo e Vinícius.

Golos: João Paulo Oliveira (39m), Carciano (48m), Porta (60m)
Cartões amarelos: Alex (9m), João Paulo Oliveira (40m)

Tonau tinha um Fiat 127, Pacheco aplaudiu o seu Ferrari

Tonau e Jaime Pacheco, treinadores de Amares e Belenenses, respectivamente, comentaram desta forma o triunfo da equipa do Restelo (0-3), na 3ª eliminatória da Taça de Portugal:

Tonau: «O sonho terminou com o primeiro golo. A estratégia passava por aguentar ao máximo o poderio do Belenenses, sobretudo até ao intervalo. Esteve quase. Eu estava com um 127, o Pacheco estava com um Ferrari. De qualquer forma, tenho de dar os parabéns aos meus jogadores, que foram brilhantes. Deram tudo o que tinham. Isto não é o nosso campeonato, é a Taça, uma festa. Temos de estar satisfeitos, no futebol há outras coisas mais importantes.»

Jaime Pacheco: «Era importante ganhar. Começámos a ganhar pelo respeito que demonstrámos pelo adversário. Soubemos ser responsáveis e sérios. Apesar do Amares ser de uma divisão inferior, fizemos o que era a nossa obrigação, com qualidade, e facilitámos as coisas. Fomos muito rigoroso. Era a estreia que pretendia. Pretendo fazer de ganhar um vício, para estes jogadores. Satisfaz-me perceber que eles querem melhorar. Queria dar uma palavra de parabéns aos adeptos que vieram aqui, fizeram uma viagem longa e têm-nos apoiado sempre»
Autor: Vítor Hugo Alvarenga

1 comentário:

Anónimo disse...

Grande Pacheco, assim terás sempre o nosso apoio.
Força BELEM
Um abraço a todos aqueles que se deslocaram a Amares.