HÁ quem acuse José António Nóbrega de ser intempestivo, arrogante, inconveniente e politicamente incorrecto. O candidato da Lista C apresenta a sua candidatura a A BOLA e riposta: «Não sou arrogante, sou exigente e não admito faltas de respeito. Sou solidário com os meus amigos, mas não admito traições. Se colocam em causa o meu bom nome e dos meus amigos, admito que sou impulsivo. Estou nesta corrida para ganhar. Mexeram comigo quando não aceitaram a minha candidatura e mostrei que ninguém mexe comigo. Mas não sou contra ninguém, não sou melhor nem pior, apenas diferente e quero mostrar que o meu projecto é o melhor», começou por comentar José António Nóbrega.
«O Belenenses está sem rei nem roque e tem de saber quem manda», desabafa. Por isso, não terá pejo em tomar decisões polémicas, a começar pelo futebol, onde revela que Jaime Pacheco não será o seu treinador, se vencer. E nem vai esperar pelo final da Liga: «Quando tomar posse, no dia seguinte já nem se senta no banco».
Combater o «laxismo»
José António Nóbrega insiste na questão da autoridade quando comenta que «no Belenenses pode acontecer tudo que ninguém é responsabilizado, pois ninguém manda». Logo, «os funcionários entraram no laxismo». Diz que «não há funcionários maus, há é funcionários mal enquadrados», mas reconhece excesso de pessoas nalguns sectores e prepara-se para cortes e nomear um director geral.
Modelo único no futebol
Em relação ao futebol, defende a implementação de um modelo único de jogo, vertical, das escolas de formação à equipa principal, já que «o futebol vive de rotinas». E um modelo que «privilegie o espectáculo».«Prefiro ganhar por 5-4 do que por 1-0», justifica.
Peças fundamentais, a construção do centro de estágio, em local a estudar, a celebração de um acordo com o Ministério da Educação para que os jovens da formação possam estudar numa escola única de manhã e treinarem-se à tarde, rigor na escolha do plantel sénior e, também para estes, um código de conduta que passa pela responsabilização social e horários alargados de permanência no clube.
Credibilidade sim, magia não
Em relação à crise financeira, abre as mãos e diz não ter «varinha mágica». Mas garante rigor: «Connosco não haverá dinheiro jogado à rua. Se tiver 100, tenho de gastar 80 e investir 20. O clube está nu, está falido e a recuperação pela reestruturação interna e credibilidade. Não haverá injecções de dinheiro e parcerias sérias sem demonstrarmos primeiro que somos credíveis».
Voz aos sócios
Ponto sensível para José António Nóbrega, a relação com os sócios. «Muitos fazem sacrifícios e o que recebem de volta? Nada. Por vezes até são maltratados. O clube tem de ser solidário com quem precisa, tem de tratar os seus sócios como os donos do clube e oferecer-lhes serviços em troca da sua dedicação», frisa. Por isso, garante que vai abrir, num modelo de pura solidariedade, um jardim de infância e colocar os profissionais do departamento médico e o jurídico ao serviço dos sócios. E vai procurar celebrar parcerias com empresas, contratando produtos a preços especiais para sócios, entre muitas outras iniciativas. «Chegou a hora de retribuir a fidelidade dos sócios», conclui.
Futebol, râguebi e andebol
José António Nóbrega elege as três modalidades que devem ser aposta realista
Partindo do pressuposto que «o Belenenses não tem meios para ter todas as modalidades», José Nóbrega estabeleceu a hierarquia das aposta do Belenenses. «Em primeiro lugar, claro, o futebol. Em segundo, o râguebi, já que o Belenenses tem a melhor academia da Península Ibérica». Terceiro, o Andebol. «Mas apostando forte na excelência do trabalho de formação, já que tem se ser amador e não pode entrar em loucuras para contratar grandes jogadores».
Em relação às restantes modalidades, «têm de viver dos apoios que conseguirem angariar». E ainda há espaços para casos pontuais. «Temos de manter as bandeiras, como a atleta Daniela Inácio, encontrando parcerias. O que falhou com Obikwelu, que começou no Belenenses e perdemos para o Sporting», lamentou.
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